quarta-feira, 9 de junho de 2010

"Pelas Caridade!!!"

O fluxograma, grade curricular ou ainda a estrutura curricular de minha graduação não mais existe, fiz parte de uma das últimas turmas com habilitação dupla (língua portuguesa e língua inglesa) do CCHLA da UFPB. Isso significou ter de passar 2 vezes pelo bendito estágio supervisionado. O de Língua Inglesa foi light e mais contemplativo. Já o de língua portuguesa demandava assumir a turma por um determinado período. Resolvi encarar numa boa e dedicar o último semestre do curso apenas para esse tal estágio. Foi a melhor decisão, pude me dedicar completamente e viver a experiência de forma completa.
O estágio ocorreu no IEP, aquela escola que fica ali na Camilo de Holanda, junto de várias outras, inclusive do Lyceu. Entre outras coisas, descobri que ela já tem mais de 100 anos. Como gosto do centro da cidade à tarde, foi a escolha obvia.
Turma e professora me receberam muito bem, mas devido a problemas com professores de Língua Portuguesa durante quase todo o ano, o conteúdo estava atrasado, e tive que adequar minha proposta que seria voltada à literatura e produção textual, às necessidades básicas da turma, que implorava por uma revisão de gramática (Oh my god!).
Como estávamos no final do ano, era o momento de concursos e vestibulares da vida. Numa das primeiras aulas uma aluna trouxe a proposta de redação do ENEM que havia sido anulado por fraude. Tive imediatamente um insight para trabalhar produção de texto e ainda usar um filme para sair da rotina. O tema girava em torno do idoso, como havia acabado de assistir o clássico do Neo-realismo italiano Umberto D, dirigido por Vittorio De Sica.
Comentei com a professora se tínhamos como viabilizar a idéia. Nas aulas seguintes sofremos um pouco para conseguir a TV e o DVD, mas tudo se arranjou e exibimos o filme. É no mínimo curioso ver a recepção de um filme (legendado) que não se encaixa no circuito dos blockbusters e que ainda foi fotografado em preto e branco.
Minha atividade consistia na produção textual de uma resenha crítica, já que outra professora havia solicitado uma resenha desse tipo para um dos eventos que havia ocorrido por lá. Na aula seguinte discutimos o filme e a recepção foi bem interessante para o que eu tinha em mente, uns gostaram, outros não. então pedi para expressarem seus motivos. Pronto... Estava ai o mote para a construção da tal resenha crítica e de minha aula.

(porque, por que, porquê ou por que?)

Não, eu não esqueci o título "esquisito" desse post. É que esse título ai se tornou algo engraçado na sala, pois num dos momentos de reiteração de algo que estava exemplificando ou solicitando um pouco de silêncio, que isso ai saiu bem espontâneo esse tal de "Pelas Caridade" sem concordância mesmo, pois onde eu vi, estava escrito assim.
Estava eu passando ali em frente ao Mangai e me deparei com esse aviso "desesperado" entre as réplicas em tamanho natural de duas reses:
"PELAS CARIDADE, NÃO SUBA NOS BOIS"
Isso ai ficou no meu inconsciente e saiu naturalmente na aula, (só a primeira parte... PELAS CARIDADE). É obvio que isso foi ouvido e gravado pelos alunos, ai já viu não?
Foi depois de receber as resenhas que tive vontade pela primeira vez de retomar as atividades de faroleiro, prometi que publicaria a melhor resenha por aqui. Com um pouco de atraso, confesso, mas no próximo post ela sai!
Dedico esse post a meus primeiros alunos.

5 comentários:

Débora Aquino disse...

Que orgulho de você!
Eu nunca duvidei que você seria um mestre dedicado com quem os alunos teriam prazer em trabalhar. Eu adoraria ser tua aluna. hehehe. Bons Fluidos Jeff.

Matheus Ariete disse...

Tô gostando de ver este farol aceso conforme o prometido. Que foto massa a do profº Jefferson \O/
Show de post!

http://andrey.escariao.com disse...

"Pelas calamidade" também já rolou no IESP se não me engano kkkkkk
Eita, fiquei foi com saudades do velho e bom rango do Mangai. Tou esperando sua ilustre e nobre visita ao meu blog!
Abraço!!!

http://andrey.escariao.com disse...

Aew!
Te respondi =)
essa veia herdei de painho!

estou rindo novamente com o título... diga-se de passagem >)

Jefferson Cardoso disse...

Confesso que o título, guarda uma risada implícita!
@br@ço!